A dispersão global de mosquitos transmissores de doenças em novas regiões do mundo é um fenómeno cada vez mais evidente, impulsionado pelas alterações climáticas e pela globalização. Estes fatores têm criado condições propícias à sobrevivência e reprodução de espécies vetoras em zonas de clima temperado, incluindo Portugal, e até em países como a Islândia.
A Prof. Doutora Carla Sousa, investigadora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa (IHMT NOVA), tem tido um papel ativo na explicação científica e sensibilização pública sobre este fenómeno. A investigadora tem participado em diversos meios de comunicação social — entre eles a CNN Portugal, a TSF, o Expresso, Correio da Manhã, Health News, contribuindo para esclarecer as causas e implicações da expansão destas espécies vetoras.
As suas declarações estão em consonância com as conclusões do estudo internacional “Global invasion patterns and dynamics of disease vector mosquitoes”, publicado na revista Nature Communications. O artigo tem como primeira autora a Dra. Rebecca Pabst, aluna de doutoramento da Prof. Doutora Carla Sousa, que também integra a equipa de autores. O estudo, desenvolvido em colaboração com o Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT-UL) e investigadores da Universidade de Viena, na Áustria, revela padrões alarmantes de dispersão global de mosquitos vetores, como o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, responsáveis pela transmissão de doenças como dengue e Zika.
Devido à ação humana, as referidas espécies — entre as mais relevantes do ponto de vista da saúde pública — já se encontram presentes em todos os continentes, com exceção da Antártida. Paralelamente, novas espécies invasoras têm demonstrado uma rápida expansão global. É o caso do Anopheles stephensi, um vetor urbano de malária detetado pela primeira vez em África em 2012, e que atualmente já se encontra em pelo menos nove países do continente.
Segundo a Prof. Doutora Carla Sousa, “a expansão geográfica destes mosquitos está a transformar os padrões globais de risco epidemiológico, incluindo em países de clima temperado como Portugal.”
O envolvimento da investigadora e o trabalho desenvolvido no IHMT NOVA reforçam o compromisso da instituição com a divulgação científica e a preparação da sociedade para os desafios emergentes em saúde global.

