O encontro inaugural da 1ª edição do “Curso em Epidemiologia de Campo para Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa na África Ocidental” (2022-24) decorreu em formato virtual de 9 a 13 de dezembro. O mestrado terá início abril de 2022 e terá a duração de 24 meses, em tempo integral.
Em Abril de 2020, a European and Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDCTP) e a Africa Centres for Disease Control and Prevention (Africa CDC), anunciaram a disponibilidade de financiamento de Programas de Formação (ao nível de Mestrado) para estabelecimento de coortes de epidemiologistas em África sub-Sahariana com competências nas áreas de epidemiologia e bioestatística das doenças infecciosas.
No seguimento desta oportunidade, Instituições Africanas da área da Lusofonia e Europeias formaram um consórcio composto por cinco Institutos Nacionais de Saúde Pública (INSP Africanas), cinco Instituições Académicas (três Africanas e duas Europeias) e cinco Centros de Pesquisa (três Africanos e dois Europeus). Desta união, nasceu o Programa de Mestrado em Epidemiologia de Campo (MEC) na Universidade de Cabo Verde (UniCV), com base nas experiências acumuladas de Moçambique e Angola, na expectativa de formar quadros provenientes de Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé & Príncipe.
O projeto é liderado por Mohsin Sidat, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa – IHMT-NOVA e da Universidade Eduardo Mondlane, co-adjuvado por António Pedro Delgado da UniCV e Paulo Ferrinho da UniCv e do IHMT-NOVA.
O Mestrado em Epidemiologia de Campo visa a capacitação de recursos humanos de qualidade e o fortalecimento da capacidade nacional e institucional para a realização de pesquisas científicas relevantes em áreas de saúde capazes de fortalecer a vigilância epidemiológica e resposta aos surtos e epidemias. Assim, espera-se que o MEC da Uni-CV forme profissionais com competências em Epidemiologia de Campo capazes de fortalecer os serviços de prevenção e controlo de doenças, incluindo o sistema de vigilância epidemiológica e resposta aos surtos e epidemias no país, região e/ou globalmente.
Nesta primeira edição pretende-se formar 15 quadros do serviços nacionais de saúde (SNS) de três países: Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe. Os formandos serão colocados em locais do sistema de saúde do seu país de origem onde irão aprender fazendo e aplicando seus conhecimentos teóricos nos locais dos estágios devidamente selecionados. A formação prática nos países de origem complementada com formação teórica oferecida online irá permitir melhor inserção e retenção dos quadros nos seus países de origem e eventualmente também no SNS do país.
Os candidatos,selecionados pelos serviços do SNS, particularmente pelos Institutos Nacionais de Saúde Pública, devem ser cidadãos de Cabo Verde, Guiné-Bissau ou São Tomé e Príncipe. Devem ter licenciaturas em áreas de ciências da saúde, biológicas, humanas e sociais, ciências exatas, naturais, jurídicas, políticas, económicas e outras com interesse e experiência na área de Saúde Pública, epidemiologia e bioestatística. O prazo para apresentação da lista de candidatos será 15 de janeiro de 2022.