As doenças transmitidas por carraças (DTC), há muito conhecidas mas usualmente subvalorizadas, são cada vez mais reconhecidas como importantes ameaças em termos de saúde pública e animal. Apesar do seu impacto económico ser mais sentido na área da produção animal, a influência na saúde pública não pode ser esquecida. As DTCs são um crescente e grave problema na Europa, sendo também responsáveis por grandes limitações na produção de gado na África subsaariana, América Latina e Ásia.
Na Europa, a borreliose de Lyme, causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida por carraças do género Ixodes, é a DTC mais comum enquanto a linfadenopatia (TIBOLA) provocada por Rickettsia slovaka, transmitida por Dermacentor sp, e a encefalite viral transmitida maioritariamente por Ixodes ricinus são outras doenças humanas de ocorrência crescente.
As interações entre agentes etiológicos, vetores e hospedeiros vertebrados estão em constante alteração, dando origem à emergência ou reemergência de doenças infeciosas zoonóticas.