O projeto “CLIMOS: Climate Monitoring and Decision Support Framework for Sand Fly-borne Diseases Detection and Mitigation with COST-benefit and Climate-policy Measures”, foi aprovado para financiamento europeu. É o primeiro projeto do Horizonte Europa liderado Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade Nova de Lisboa (IHMT NOVA) e um dos primeiros de Portugal.
O consórcio, coordenado pela professora e investigadora do IHMT-NOVA, Carla Maia, é composto por 29 parceiros de 16 países (Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, República Checa, Áustria, Eslovénia, Sérvia, Grécia, Turquia e Israel).
A Comissão Europeia divulgou os resultados dos primeiros concursos do Cluster Saúde do Horizonte Europa, cuja submissão de candidaturas ocorreu em setembro de 2021. Portugal teve aprovadas para financiamento 29 das 130 propostas submetidas, correspondendo a uma taxa de sucesso de 22.3% e a um financiamento total de €18.3M.
O que é o projeto CLIMOS?
O projeto CLIMOS visa auxiliar a mitigação do surgimento, transmissão e disseminação de patógenos zoonóticos, agentes infeciosos transmitidos por vetores (neste caso, insetos voadores muito pequenos chamados flebótomos). A expansão de infeções transmitidas por flebótomos tem sido acentuada por mudanças climáticas que serão também estudadas por este projeto com base nas abordagens de Eco-saúde e Uma Só Saúde.
Estes objetivos serão alcançados quantificando os fatores climáticos e ambientais das populações de flebótomos e os agentes transmitidos por estes insetos em toda a Europa.
O projeto fornecerá um Sistema de Alerta Precoce e estruturas de apoio para uma modelação mais precisa do clima e da saúde e de prognóstico do risco de infeção. A análise socioeconómica e as avaliações de risco darão apoio aos decisores, fornecendo avaliações sociais e de custo-benefício.
Para essa missão, será desenvolvida uma plataforma online interativa de acesso aberto contendo dados sobre geografia das espécies flebotomíneas vetoriais e dos patógenos por elas transmitidos e dados atualizados de monitorização, do clima, do meio ambiente e de algoritmos matemáticos. A plataforma educacional que o acompanha permitirá a tomada de decisões de mitigação baseadas em evidência por financiadores, atores sociais e ambientais, instituições públicas e decisores políticos.