O desenvolvimento de um novo fármaco é um processo longo e dispendioso, devido aos constrangimentos nas fases de descoberta e desenvolvimento terapêutico.
“Reposicionamento de fármacos” é a aplicação de compostos conhecidos e aprovados que são redirecionados para o tratamento de novas indicações e representa a transição mais rápida do laboratório para o paciente, dado que o fármaco está rapidamente disponível para ensaios clínicos.
O objetivo do presente projeto é a utilização deste paradigma para identificar novos tratamentos contra a malária, usando inicialmente uma estratégia de quimiogenómica, que permite gerar uma lista de compostos com alta probabilidade de eficácia. Os fármacos assim identificados são avaliados in vivo usando um modelo roedor, quanto à sua capacidade de bloquear o desenvolvimento do parasita nas fases sanguínea, hepática e esporogónica.
Estes testes, denominados pré-clínicos são obrigatoriamente levados a cabo em modelos animais, dado não existirem ainda alternativas viáveis que permitam determinar com acurácia a eficácia de fármacos, dependente de parâmetros farmacocinéticos não replicáveis in vitro. Adicionalmente, é praticamente inexequível avaliar a eficácia de compostos antimaláricos nas fases hepática e esporogónica in vitro ou ex-vivo, reforçando a necessidade de utilizar modelos animais de doença.
O presente projeto já se encontra na sua fase intermédia, tendo à data já permitido identificar uma lista de fármacos com potencial superior aos tratamentos hoje disponíveis contra as fases sanguínea, hepática e esporogónica.