O infecciologista do Hospital Egas Moniz e professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa, Jaime Nina, explicou na passada quarta-feira (22 janeiro), entrevistado pela televisão e rádio, que o novo tipo de coronavírus de origem chinesa, que causa infeções respiratórias capazes de ser letais, pode sofrer mutuações que tornam a epidemia mais difícil de combater.
“Foram encontradas três variantes, o que sugere que o vírus tem facilidade em modificar-se e isso pode ser perigoso”, afirmou Jaime Nina à TSF. “Torna ainda mais difícil combater o vírus e torna mais difícil o tratamento, nomeadamente se este for feito com anticorpos monoclonais [a partir de uma única célula]. Tal como torna mais difícil obter uma vacina”, acrescentou. Leia a notícia completa aqui.
Jaime Nina foi igualmente entrevistado pela SIC Notícias para explicar os contornos da pneumonia viral. Este é um coronavírus do mesmo subgrupo dos coranavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave (geralmente abreviada SARS, do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome), que apareceu em 2003 e que “foi talvez a maior ameaça à saúde mundial do último meio século”. O infecciologista referiu também “um outro membro da família, a Pneumonia Severa do Médio Oriente que tem estado a provocar dores de cabeça” nesta região do globo.
O professor do IHMT esclareceu ainda – em declarações em direto no espaço informativo das 18h/20h da RTP3 – que neste momento é possível afirmar com segurança quando falamos do coronavírus com origem chinesa que existe “transmissão de pessoa a pessoa”, mas não se sabe com que frequência acontece nem qual é “o animal reservatório”, embora se presuma que é um animal selvagem. Confira a entrevista na televisão pública ao minuto 29:45 (Parte 2).
O jornal eletrónico Observador conversou também com o professor Jaime Nina, que alertou para o facto de existirem“uma dúzia de coronavírus que se sabe que infetam humanos” e que podem provocar “sintomas banais”, sendo que até ao momento só duas estirpes se revelaram “catastróficas” provocando surtos, que ultrapassaram fronteiras e provocaram mortes.