“O IHMT é um excelente exemplo de uma escola global e científica.” As palavras foram proferidas pelo reitor da Universidade NOVA de Lisboa, João Sàágua, na Sessão Solene de Abertura do Ano Letivo do IHMT 2019/20, que decorreu a 28 de outubro, na Aula Magna do instituto centenário.
Durante o discurso de abertura, o reitor da NOVA lembrou que cinco séculos de história colocam Portugal no centro de um “triângulo verdadeiramente estratégico” que inclui a Europa, as Américas e África. “Neste triângulo o IHMT concentra há mais de 100 anos investigação e conhecimento sólido, formação de elevada qualidade e uma grande expertise na colaboração com outros países”, afirmou.
“Se há uma unidade orgânica que quando integrou a Universidade Nova já era verdadeiramente internacional é o IHMT”, acrescentou o reitor, salientando os contributos que têm sido dados pelo instituto na “resolução de problemas de saúde global de forma equitativa e sustentável, em particular junto dos mais pobres e excluídos”.
No discurso de encerramento, o diretor do IHMT, Filomeno Fortes reconheceu a importância desse triângulo e salientou a grande responsabilidade do instituto na área da clínica e medicina tropical, da epidemiologia e formação. O médico afirmou esperar que “novos cientistas possam engrandecer esta casa centenária que tem um grande compromisso não só com Portugal, mas também com o continente europeu e CPLP”. A este propósito, felicitou os melhores alunos do ano letivo de 2018/19: “Acabámos de assistir à premiação de doutores e mestres de mérito e aguardamos que nos próximos anos possam contribuir para o desenvolvimento da ciência.”
A sessão solene de abertura do ano letivo contou também com o contributo de Fernando Cupertino, membro externo do Conselho do IHMT e assessor técnico do Conselho Nacional de Secretários de Saúde do Brasil, que proferiu a sessão científica intitulada “O que os Sistemas de Saúde e os Cidadãos teriam a dizer aos Pesquisadores?”
Nesta intervenção, Fernando Cupertino defendeu “que é necessário integrar as evidências científicas na prática quotidiana, tornando-as aplicáveis, resolutivas e mais atraentes”. O professor realçou que a investigação académica não deve centrar-se nos “interesses pessoais ou do ego do investigador que não encontra ressonância entre os profissionais de saúde e os utentes, porque em grande medida não dialoga com os seus interesses e necessidades”.
Para evitar este problema – lembrou Fernando Cupertino – o investigador deve perguntar de que forma a sua pesquisa vai contribuir para a melhoria da qualidade de vida e bem comum com a missão de produzir mudanças positivas, mobilizar novos conhecimentos e implementar soluções positivas para o mundo. “Os gestores de saúde, profissionais de saúde e cidadãos necessitam interagir sinergicamente na construção de espaços de diálogo e comunicação, de modo a que a pesquisa possa buscar as respostas que satisfaçam as perguntas de todos, levando-se em conta a diversidade cultural e as particularidades de todos.”