A pandemia COVID-19 mostrou a necessidade de tecnologias de saúde inovadoras que possam ajudar os países a melhorar os resultados da saúde, fornecendo soluções rápidas, mesmo em locais com infraestrutura e recursos limitados. No entanto, muitas das novas tecnologias que chegaram ao mercado são inacessíveis ou inadequadas para países de baixa e média renda.
Para garantir que todos os países beneficiem da inovação em saúde, a Organização Mundial de Saúde produziu um compêndio de 24 novas tecnologias que podem ser usadas em locais com poucos recursos.
“As tecnologias inovadoras estão a acelerar o acesso aos cuidados de saúde em todos os lugares, mas devemos garantir que estão prontamente disponíveis em todas as unidades de saúde a um preço justo e com garantias de qualidade”, afirma Mariângela Simão, Subdiretora-Geral Adjunta da OMS para Acesso a Medicamentos e Produtos de saúde. “A OMS continuará a trabalhar com governos, financiadores e fabricantes para promover o fornecimento sustentável dessas ferramentas durante e após a emergência do COVID-19.”
O objetivo principal do compêndio foi selecionar e avaliar tecnologias que podem ter um impacto imediato e futuro na preparação e resposta à COVID-19, potencialmente melhorar os resultados de saúde e qualidade de vida e/ou oferecer uma solução para necessidades médicas ainda não preenchidas.
Algumas dessas tecnologias já estão a ser utilizadas e de acordo com os programas-piloto têm demonstrado ser eficazes. Por exemplo, o concentrador de oxigénio movido a energia solar tem sido muito eficaz no tratamento da pneumonia, que mata 900 mil crianças por ano, num hospital infantil regional no estado somali de Galmudug.
A OMS tem avaliado tecnologias inovadoras nos últimos 10 anos e alguns dos produtos selecionados permitem que problemas de saúde prioritários sejam tratados em locais com poucos recursos. Um exemplo crucial é a aplicação para smartphone que permite a quem a utiliza registar instantaneamente medições precisas da pressão arterial.
Os smartphones estão amplamente disponíveis, mesmo nas áreas mais remotas ou em ambientes com poucos recursos. A plataforma de software transforma smartphones existentes em dispositivos médicos capazes de medir com precisão a pressão arterial, sem a necessidade de adicionar quaisquer outros dispositivos ou acessórios. A outra vantagem da aplicação é que, mesmo na ausência de um profissional de saúde treinado, os pacientes podem fazer o autoteste e controlar melhor a pressão arterial.
O compêndio fornece uma avaliação abrangente de tecnologia, conduzida por um grupo de especialistas internacionais trabalhando com equipas técnicas da OMS, com base em: conformidade com as especificações da OMS para desempenho, qualidade e segurança; adequação em ambientes com poucos recursos; acessibilidade; fácil de usar; e status de aprovação regulatória.
As conclusões sobre a adequação de cada tecnologia são comunicadas através de um sistema de pontuação simples em forma de semáforo, que indica se o produto é recomendado (para uso sem limitações conhecidas); recomendado com cautela (limitações relacionadas à manutenção e necessidade de pessoal treinado podem ter sido identificadas); ou não recomendado (impróprio, inseguro ou inacessível).