Numa crónica publicada no jornal i Jaime Branco, Professor Catedrático e Diretor da NOVA Medical School/Faculdade de Ciências Médicas da Universidade NOVA de Lisboa, salienta que o “Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sólida resposta à crise socioeconómica que vivemos, dedica a primeira componente à Saúde e prevê um investimento de 1383 milhões de euros para reforçar o Serviço Nacional de Saúde”.
Uma das áreas de intervenção previstas refere-se aos Cuidados de Saúde Primários, em que um dos elementos basilares da reforma será a promoção da saúde e estilos de vida saudáveis. “No último século, os países mais desenvolvidos, em que Portugal se insere, conheceram entre 30 a 35 anos de aumento na esperança de vida das suas populações. Este benefício ficou a dever-se às medidas de Saúde Pública adotadas e aos avanços médico-cirúrgicos ocorridos. Contudo, estes ganhos de longevidade têm vindo a esbater-se e o mesmo acontece com a modesta qualidade de vida dos idosos, ambos em nítido contraste com os crescentes gastos com a Saúde”, sublinha Jaime Branco.
O diretor da Faculdade de Ciências Médicas da NOVA realça também que “com o envelhecimento populacional, as doenças crónicas não transmissíveis tornaram-se responsáveis por mais de metade das mortes em todo o mundo, cerca de dois terços nos países mais desenvolvidos, sendo as maiores consumidoras dos orçamentos para a Saúde”.
Na sociedade em que vivemos, existem “fatores de risco comuns para o desenvolvimento de várias doenças, sobretudo crónicas, de que são exemplos o tabagismo, o abuso do consumo de álcool, a inatividade física, a ingestão excessiva de sal, gorduras e açucares, etc.”.
“Considerando que as suas causas estão bem identificadas e dependem, sobretudo, de hábitos e comportamentos, importa modificar a forma como nos relacionamos com o meio ambiente em que nos inserimos, como lidamos com as tarefas e restantes atividades diárias e como nos entendemos com os outros e connosco próprios”, acrescenta Jaime Branco.