Data: 1958
Dimensões:
Revestimento total c.31m2.
Parede norte: azulejos retangulares de 29 x15 cm
Paredes nascente e sul: azulejos quadrados de 14,5×14,5 cm
Inventário Museu: Pormenores figurativos: (da esquerda para a direita), (secção 1); (secção 2m, Secção 2v); (secção 3b)
O conjunto cobre, em todo o pé-direito, metade da parede norte da sala; desenvolve-se depois, a meia altura (1,02m), percorrendo a parede nascente, entre portas e janelas; e termina revestindo, igualmente a meia altura, a parede sul. Os painéis formam, assim, uma extensa superfície policromada, de cores vivas, que emprestam vida e luminosidade à sala, mas também, funcionalmente, facilitavam a manutenção e limpeza das paredes, nesta área para refeições.
Foram executados possivelmente na Escola António Arroio, ou em barracão adaptado. O painel principal está assinado e datado de 1958, ano da inauguração do edifício.
Têm como tema geral cenas do quotidiano das atividades humanas em África, de permeio com animais e plantas. São, igualmente, uma homenagem à herança legada à Humanidade: – a família, a descoberta do fogo, a pintura primitiva, a manufatura de utensílios domésticos, a caça, a preparação e confeção dos alimentos.
Encimando o painel principal, à esquerda, o sol ilumina, simbolicamente, o percurso das várias cenas e, logo depois, uma serpente representa os poderes ocultos da Medicina; segue-se um anjo que transporta um facho de luz.
Representam-se a família, com o pai e a mãe contemplando o bebé de colo; as tarefas na tabanca, com a lavagem e escolha do arroz, o trabalho no pilão, o transporte de sisal. Na sequência das representações, segue-se o fabrico de recipientes em barro; mais além uma criança é aconchegada no seio da mãe, enquanto um homem assa no espeto uma peça de caça; um bebé, é transportado às costas da mãe e um jovem casal namora, ao longe; depois a pintura de um elefante na parede de uma caverna, iluminada pelo fogo.
A caça, com lança ou de arco e flecha, distribui-se com diversas alusões de maior ou menor detalhe. Uma girafa, zebras, gazelas, um macaco, a par de várias aves exóticas, intercalam-se com plantas da flora tropical, ao longo de todo o envolvimento cerâmico que termina com a representação de um tigre.
Alguns dos azulejos do painel norte foram restaurados em 2012, por apresentaram deteriorações, fraturas e erosão, devidas a infiltrações na parede.