Data: 1958 | Dimensões: 3,96 m X. 2,40 m Inventário: Museu IHMT 0001695
Um painel cerâmico de Jorge Barradas (1894 – 1971), composto por três quadros, cobre a quase totalidade da parede sul do átrio nascente, no piso 0 do IHMT. Este átrio, com acesso direto ao exterior, dava passagem às dependências do Instituto frequentadas pelos colonos que viajavam para os trópicos: as salas para vacinação e o anfiteatro para as aulas de formação sanitária.
Ao contrário das outras obras de arte que integram desde a origem o novo edifício do Instituto de Medicina Tropical, pouco conhecemos sobre o processo de concurso e aquisição deste tríptico de Barradas, que não está assinado nem datado, mas que o Prof. Fraga de Azevedo, em 1958, então director do Instituto, já refere e representa na publicação do Ministério das Obras Públicas em que divulga a inauguração d’ “O Novo Edifício do Instituto de Medicina Tropical”.
O painel tem indubitável inspiração em São Tomé e Príncipe, onde Barradas passou um período da sua vida, em 1930 e onde recolheu elementos para muitas das suas obras posteriores.
Os quadros ilustram africanos e colonos, em cenários com floresta equatorial: – À esquerda mostra-se a recolha das madeiras exóticas; no centro, com cercadura branca que remete o quadro para um plano anterior, representa-se, no alpendre de acesso à residência, um colono que acaricia uma criança de colo transportada nos braços de uma mulher nativa; à direita exibem-se as tarefas do embarque para um batel, de madeiras, caixotes e vasilhame, enquanto o vapor aguarda fundeado mais ao largo e um outro segue já viagem, lá longe.