Em resposta ao alerta do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), que reportou a morte de oito pessoas e 69 infeções pelo vírus do Nilo Ocidental em países europeus desde o início do ano, o Doutor Marcelo Ferreira, do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), esclareceu, em entrevista à TVI, que o vírus, pertencente à família dos flavivírus – como o da dengue e da febre amarela – é transmitido por mosquitos e tem origem em África. Foi ainda salientado que embora a maioria dos casos seja leve ou assintomática, uma pequena fração dos infetados (menos de 1%) pode desenvolver complicações neurológicas graves, como encefalite ou meningite, com uma taxa de letalidade de cerca de 10% nesses casos.
O Doutor Marcelo Ferreira destacou que, apesar dos números de mortos na Europa serem preocupantes, a situação ainda está dentro do esperado em comparação com surtos anteriores, como o de 2018, que resultou em mais de 2.000 casos e 181 mortes. Em relação a Portugal, o investigador esclareceu que, embora o vírus já tenha sido identificado em cavalos, aves e mosquitos no nosso país, não há casos humanos recentes confirmados.
As principais recomendações do especialista para quem viaja para países com maior incidência do vírus, como Grécia, Itália e Espanha, são a adoção de medidas preventivas, como o uso de repelentes e vestuário de mangas compridas, uma vez que ainda não existe vacina disponível para humanos, mas apenas para uso veterinário em cavalos.
A entrevista pode ser vista no TVI Player, Diário da Manhã – 14 de agosto de 2024, entre as 2:03:32 – 2:08:40