Data: 1940
Dimensões: A.33cm X L.15cm
Inventário Museu: IHMT.0000588
A aceleração centrifuga, utilizada para separar os diversos componentes de uma substância em estratos de densidades diferentes, é um processo antigo que, segundo alguns autores, remonta aos séculos XV-XVI. Contudo, foi a partir do século XIX que a técnica mais se expandiu, inicialmente utilizada para o leite e relacionada com as industrias de laticínios.
Em 1864, o alemão Antonin Prandtl (1842-1909) aplicou sistematicamente a centrifugação para desnatar o leite. Destinada ao comércio, a máquina centrifugadora, manual, da família Prandtl, esteve patente na Exposição Mundial de Frankfurt, em 1875. Por essa época, em 1869, já o suíço J. Friedrich Miescher (1844 -1895) utilizara pela primeira vez a força centrifuga como técnica laboratorial de biologia, usando-a para separar os organitos celulares, num processo que seria fundamental para identificar os ácidos nucleicos. Em 1912 apareceu a primeira centrifugadora elétrica, o que permitiu ao sueco Theodor Svedberg (1884-1971) desenvolver a ultracentrifugação que, com os trabalhos de química dos coloides, viria a receber o Prémio Nobel da Química, em 1926.
A técnica da centrifugação não parou de se desenvolver: incrementou-se a velocidade, conjugou-se com o frio e diferentes temperaturas, com pressões variáveis, com o vácuo e associaram-se filtros que permitiram isolar vírus. Adaptou-se-lhes o controlo por microprocessadores.
Mesmo a energia atómica deve à centrifugação o seu desenvolvimento: Em 1950 o austro – alemão Gernot Zippe (1917-2008), com um grupo de outros cientistas internados num campo de prisioneiros da União Soviética, desenvolvem uma máquina de centrifugação que, além da velocidade elevadíssima utiliza o calor e campos magnéticos, para o enriquecimento e colheita do urânio – 235. Libertado em 1956, Zippe replicou a sua centrifugadora na Universidade de Virginia – EUA.
As centrifugadoras são equipamentos essenciais em qualquer laboratório, necessárias para executar desde o simples hematócrito até às análises mais complexas.
O exemplar que constitui a “Peça do Mês” é uma centrifugadora manual, portátil, para quatro tubos, que se fixa numa bancada. Foi utilizada nas campanhas do Instituto de Medicina Tropical.
Não possui qualquer elemento que permita identificar o seu fabricante e a data, mas assemelha-se às centrifugadoras manuais, utilizadas até meados do séc. XX.