O resumo do Webinar IHMT/APAH intitulado “A Resposta Extra-Hospitalar à Pandemia COVID-19” é da autoria de Luís Lapão, professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa, convidado para moderar este encontro online.
“A RESPOSTA EXTRA-HOSPITALAR À PANDEMIA”.
17 de Julho de 2020
Moderação: Luís Lapão e Gilles Dussault, Professores do IHMT-NOVA.
O encontro online contou com a presença dos ilustres oradores:
- Belchior da Silva, Professor Departamento Saúde Publica da Faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto, Angola;
- Gonçalo Gonçalves Orfão, Coordenador Nacional de Emergência da Cruz Vermelha Portuguesa;
- Marco António Mendes Paulino Serronha, Chefe do Estado-Maior do Comando Conjunto para as Operações Militares, Portugal;
- Miguel Osório de Castro, Diretor Médico da International SOS, Angola.
Cada um dos oradores abordou a temática, seguida de discussão, da qual se destaca:
Relativamente a Angola, houve uma caracterização do impacto da epidemia no desenvolvimento social e económico, tendo havido uma declaração atempada da situação de emergência. Por fim destacou-se o esforço de resposta à epidemia do COVID-19, a importância da inteligência médica como capacidade de tomada de decisão, sobretudo quando se está num contexto de uma “nova guerra”. A International SOS potenciou as suas competências no terreno para apoiar as empresas internacionais a lidar com a COVID-19, sempre em articulação com as autoridades de saúde, nomeadamente no isolamento de doentes, na monitorização das quarentenas e no repatriamento dos mesmos quando é necessário (evacuações em aviões ambulância).
Em Portugal, as Forças Armadas tiveram um desempenho importante no apoio logístico à reabertura das escolas e em várias situações epidémicas locais. A organização e capacidade logística militar é um contributo importante a gestão de crises, nomeadamente na batalha interna. Neste processo há que enquadrar a doutrina (prevenir, preservar, responder) para optimizar a compreensão do que se está a passar e não esquecer a necessidade de analisar e identificar lições aprendidas. A Cruz Vermelha Portuguesa esteve muito activa, com os seus meios e experiência no terreno apoiou muitas situações locais de epidemia, em escolas e lares (por exemplo na formação de pessoas). Houve situações de colaboração entre a Cruz Vermelha e as Forças Armadas. A Cruz Vermelha potenciou a sua reserva estratégica de 2 milhões de máscaras, sendo um exemplo como as organizações de resposta à crise se devem preparar previamente.
Para o futuro, perante este “novo normal” é importante que as organizações no terreno estejam preparadas e articuladas para situações similares. A comunicação com as populações é crítica e deve merecer toda a atenção, o uso de sistemas de informação que permitam melhor articulação e gestão de recursos, ao mesmo tempo que potência a inteligência médica.