O médico e professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa, Jorge Seixas, assinalou o Dia Mundial da Doença de Chagas na rádio TSF (ouvir ao minuto 13:47 do noticiário), realçando que esta doença “silenciosa e negligenciada”, como a classifica a Organização Mundial de Saúde, afeta cerca de sete milhões de pessoas em todo o mundo e quase um mil pessoas em Portugal.
A doença de Chagas é transmitida pela picada de insetos nas Américas, a região do globo que tem mais casos confirmados, mas pode também ser transmitida pelo sangue, transplantação ou da mãe para o feto.
Jorge Seixas explicou à TSF que o parasita, uma vez no organismo, pode, durante vários anos, provocar danos na saúde do doente, nomeadamente a nível cardíaco e intestinal. Ler a notícia aqui.
A falta de informação sobre a doença e o tratamento, associados ao estigma, contribuem para o aumento do número de casos e a evolução para complicações graves. A doença de Chagas é tradicionalmente vista como uma doença dos pobres. O estigma social é um dos maiores entraves à procura de cuidados médicos atempados.
“Não rebenta como as bombas, não soa como os tiros. Como a fome, mata os calados: os que vivem condenados ao silêncio e morrem condenados ao esquecimento. Tragédia que não se ouve, doentes que não pagam, doença que não vende”, escreveu o autor uruguaio Eduardo Galeano.
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