Data: c.1950 e 1966
Dimensões: 5,5 cm X. 4 cm e 5,5 cm X. 3,7cm
Inventário Museu: IHMT 0001753 e IHMT 0001754
Ex-libris, que significa “dos livros de”, é uma marca colocada nos livros indicativa do seu proprietário. Pode ser um nome ou um monograma inscrito, mas também um carimbo com desenho, com símbolo ou com um nome, ainda, no caso dos ex-libris móveis, uma etiqueta impressa para depois ser colada e que, por vezes, tem espaço para se escrever a cota que localiza o livro na biblioteca a que pertence (ex-biblioteca – “da biblioteca de)”. É a estes últimos, às etiquetas, que mais frequentemente se restringe em linguagem comum, a designação de ex-libris.
Como marca de posse, para os livros da Biblioteca da Escola de Medicina Tropical e das instituições que se lhe seguiram utilizou-se mais frequentemente o carimbo, contudo, conhecem-se etiquetas autocolantes, de ex-libris do Instituto de Medicina Tropical (1935- 1966) e da Escola Nacional de Saúde Publica e de Medicina Tropical (1966-1972).
Em ambas o nome da Instituição está inscrito num círculo que envolve as insígnias da Instituição – a cobra enrolada no globo terrestre e, em baixo, o escudo de Portugal seguido da divisa Sanitatem Quarens in Tropicos, tendo ainda a palavra Biblioteca impressa junto ao bordo inferior.
É incerta a origem dos ex-libris e, atualmente, em época de livros eletrónicos que não dão espaço à adição de qualquer elemento físico, pode-nos parecer estranha a utilidade e a necessidade em se identificar a posse de um livro.
Como antepassado remoto dos ex-libris refere-se que junto ao sarcófago de Amenófis III do Egipto (c.1391−1353 a.C.) foram encontrados diversos papiros com escrita hieroglífica e, com eles, uma pequena placa indicando que pertenciam ao faraó.
A invenção da imprensa (Gutenberg, c.1430) acentuou a expansão do livro. Aos poucos os mosteiros, as universidades, as instituições mais qualificadas e alguns nobres, foram reunindo livros e constituindo as suas bibliotecas. Neste contexto incrementou-se o aparecimento dos ex-libris, que podem mostrar vários motivos relacionados com os bibliófilos seus proprietários: heráldica, um atributo especial, o monograma, uma divisa ou uma alegoria…, às vezes por encomenda a artistas da época. Como exemplo, conhecem-se vários exlibris desenhados por Albrecht Dürer e por Hans Holbein, nos primeiros anos do séc. XVI. Também da Alemanha é o ex-libris de Johannes Knabensberg, de alcunha “o ouriço”, representando um ouriço a beijar flores selvagens, exemplar gravado em madeira por Schuberg, cerca de 1450; ou ainda o ex-libris heráldico de Hildebrando Brandenburgo, de Biberach, que doou a sua biblioteca à cartuxa de Buxheim, cerca de 1480.
De Portugal os ex-libris mais antigos são provavelmente o de D. Afonso de Castelo Branco (1522-1615), bispo de Coimbra e 6º conde de Arganil; o de D. Jorge de Almeida (1531-1585) Abade de Alcobaça, Reitor da Universidade de Coimbra, Arcebispo de Lisboa e Inquisidormor; o do 2º marquês de Castelo Rodrigo, Manuel de Moura Corte-Real (1590-1651); ou ainda o de Manuel Severim de Faria (1583-1655) cabido da Sé de Évora. Todos com temática
heráldica.