O diretor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT NOVA), Filomeno Fortes, defendeu em entrevista à agência de notícias angolana ANGOP, “a promoção da importância do Plano Estratégico em Saúde da CPLP, com destaque para os cuidados de saúde primários nas componentes das doenças endémicas (malária, tuberculose e VIH/SIDA-Doenças Sexualmente Transmissíveis) e na luta contra as doenças negligenciadas, sobretudo na oncocercose (cegueira dos rios), doença do sono, filarioses e schistosomose (bilharzíose)”.
O médico sublinhou também a relevância do “diagnóstico diferencial das doenças febris que incluem a malária, dengue, chicungunya e leptospirose”, realçando que o IHMT-NOVA tem capacidade técnico-laboratorial para formação e investigação nestas áreas.
Filomeno Fortes referiu também nesta entrevista à ANGOP a necessidade de fazer a revisão desse mesmo Plano Estratégico da CPLP, com base da implementação dos cuidados de saúde primários, da adequação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, mas principalmente da atualização da situação sanitária atual dos países da CPLP face à pandemia da Covid-19.
No que respeita ao IHMT NOVA, o diretor prioriza “o reforço da sua missão como Instituição de referência na Saúde Global nas áreas das doenças tropicais, da biomedicina e da saúde internacional. É uma unidade orgânica da Universidade Nova de Lisboa com características especiais, de projeção nacional e internacional, a começar pelos seus mais de 100 anos de existência”.
Durante o tempo em que se encontra à frente dos destinos desta instituição, o único estrangeiro a ocupar o cargo até à data realça algumas conquistas como os cursos sobre malária em que a instituição tem participado e promovido numa gestão integrada com Angola e outros países dos PALOP, a implementação de ações de apoio ao controlo da pandemia COVID-19 em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa, o Centro de Ciência LP em que o IHMT NOVA é o anfitrião do projeto da UNESCO, a inauguração de um insectário de alta segurança com características internacionais (para estudos com vetores de doenças como o mosquito, mosca tsé-tsé, etc.) e o lançamento de uma plataforma digital sobre imunização e vacinação designada Imune.pt.
“Esta plataforma, em língua portuguesa, tem como objetivo contribuir para a informação das dinâmicas da vacinação com informação cientificamente comprovada e em linguagem simplificada, combatendo as fake news e melhorando a literacia das comunidades em relação a esta matéria”, explicou Filomeno Fortes em entrevista à ANGOP.