O maior estudo genético de mosquitos, agora publicado na revista Nature, revela o movimento da resistência a inseticidas entre diferentes regiões da África e encontra vários genes de resistência a inseticidas que evoluem rapidamente. A investigação foi desenvolvida pelo Consórcio dos 1000 genomas de Anopheles gambiae, no qual participa João Pinto, professor do IHMT e membro no centro de investigação Global Health and Tropical Medicine (GHTM), e visa utilizar este recurso genético para desenvolver novas ferramentas de monitorização da resistência a inseticidas e desenvolver novos métodos de controle.
Os investigadores do Consórcio dos 1000 genomas de Anopheles gambiae sequenciaram o ADN de 765 mosquitos Anopheles de populações naturais provenientes de 15 localidades de oito países africanos, sendo o maior estudo genético de mosquitos alguma vez realizado. O estudo revela que os mosquitos capturados em África são geneticamente mais diversos do que se pensava, o que ajuda a explicar a evolução rápida da resistência aos inseticidas nos mosquitos.
O Consórcio dos 1000 genomas de Anopheles gambiae resulta de uma colaboração internacional, que visa o uso da sequenciação do genoma inteiro para se obter uma caracterização de alta resolução da variação genética em populações naturais de Anopheles gambiae, o principal mosquito vetor da malária de Plasmodium falciparum em África.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a malária causou a morte de cerca de 429 mil pessoas em 2015, sendo a maioria dos casos registados na África subsaariana.