O professor de Saúde Internacional do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa, Tiago Correia, foi o convidado da Grande Entrevista, na RTP3, conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves. O especialista refletiu sobre a atual pandemia da COVID-19, referindo aspectos como a comunicação, o desgaste das equipas no terreno, o planeamento do outono, o regresso às aulas, a saúde mental, a estratégia de gestão dos contágios e as comparações internacionais.
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Para Tiago Correia “é impossível prever o que vai acontecer” no futuro e quem se arriscar “não está a prestar um bom serviço”, mas apesar das dificuldades é fundamental tomar todas medidas, planear cenários e estratégias para previr da melhor os próximos meses. “Para mim é irrelavante chamar segunda vaga ou pico”, alertou o professor de Saúde Internacional, o importante é estarmos preparados.
Para Tiago Correia “todos os cenários estão em cima da mesa. Esperamos que não seja necessário um segundo confinamento” e para evitar esta situação “os surtos localizados devem ficar bem identificados para eliminar cadeias de transmissão”.
O especialista do IHMT NOVA considera também que “não é o simples facto de abrir escolas que vai resolver as sociais”, lembrando que as “crianças mais vulneráveis socialmente são também as que mais utilizam os transportes públicos”.
Tiago Correia sublinha que temos que pensar em medidas para gerir a COVID-19, antes de ser necessário chegar ao hospital. “A primeira linha de resposta e combate à propagação do vírus está na comunidade”, que deve funcionar como “medida de tampão”. É necessário igualmente garantir que as autoridades locais de saúde tem as ferramentas que necessitam para fazer a triagem e testes à população. “O hospital não é a porta de entrada para tratar a COVID-19.”