O grupo de investigação liderado por Miguel Soares, do Instituto Gulbenkian de Ciência, foi selecionado pela Bill & Melinda Gates Foundation para ajudar a desenvolver uma vacina contra a malária. O projeto vai ser desenvolvido em colaboração com Henrique Silveira, do IHMT, e com a Malaria Vaccine Initiative (MVI).
Nos próximos dois anos, a equipa de investigação vai receber 400 mil dólares para investigar se uma determinada molécula de acúçar expressa pelo agente causador da malária, o Plasmodium, deve ser incluída como parte de uma nova vacina para a malária. Esta é a segunda vez que Miguel Soares e a sua equipa são reconhecidos pela Fundação Gates.
Henrique Silveira recebeu também, em 2015, uma bolsa Grand Challenges Explorations da mesma Fundação, para criar uma refeição artificial para os mosquitos, que permita a colocação de ovos e a sua reprodução, sem recorrer à utilização de sangue.
Mais de 200 milhões de pessoas sofreram de malária em todo o mundo apenas no ano passado. A Fundação Gates estabeleceu um objetivo claro: “um mundo livre de malária até 2020”. Para conseguir isto, a Fundação desenvolve iniciativas altamente competitivas onde cientistas propõem caminhos arrojados e pioneiros para alcançar uma vacina contra a malária. Há menos de dois anos, a equipa de Miguel Soares descobriu que o glicano α-gal, uma molécula de açúcar que é expressa por componentes bacterianos existentes na microbiota do intestino humano, pode desencadear um mecanismo natural de defesa conferindo uma elevada proteção contra a transmissão de malária. Na altura, este trabalho de investigação foi publicado na revista científica Cell, em coautoria com Henrique Silveira, do IHMT. Agora, a Bill & Melinda Gates Foundation convidou Miguel Soares a usar estas descobertas para ajudar no desenvolvimento de uma vacina contra a malária.
No IHMT, a investigação vai ser conduzida pela equipa do insetário, Catarina Alves e Joana Gomes, sob a coordenação de Henrique Silveira.