A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a varíola dos macacos, conhecida como mpox, uma emergência de saúde pública de interesse internacional. A decisão tomada vem na sequência do aumento alarmante de casos e da emergência de uma nova estirpe, a clade1b, que é mais letal e contagiosa que a anteriormente conhecida. Esta doença zoonótica, identificada pela primeira vez em 1970, tem despertado uma crescente preocupação global, especialmente com o recente surto que afeta não apenas África, mas também outras regiões do mundo, incluindo a Europa.
O que dizem os investigadores do IHMT?
Em entrevista ao Expresso, o Prof. Doutor Tiago Correia destacou que a OMS está muito próxima de declarar a mpox como uma emergência de saúde pública internacional, explicando que, ao contrário do surto de 2022 na Europa, que envolveu uma variante menos severa, a atual clade1b, identificada na República Democrática do Congo desde setembro de 2023, está associada a uma transmissão mais grave de animais para humanos. O investigador adiantou ainda que esta nova variante tem causado um aumento de infecções e mortes, principalmente em contextos com sistemas de saúde frágeis, o que pode pressionar a OMS a tomar medidas mais drásticas.
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A Prof. Doutora Ana Abecasis, numa entrevista à RTP África, ressaltou a necessidade de uma vigilância contínua e medidas preventivas robustas. Nesta intervenção, enfatizou ainda que, embora a situação em Portugal esteja relativamente controlada, com poucos ou nenhum caso recente desde abril de 2024, o foco deve permanecer na prevenção e monitorização global, especialmente devido às diferenças entre as estirpes do vírus e à gravidade do surto em África. A investigadora destacou também que o aumento dramático das infecções, com um aumento de 160% em 2024, e a sobrecarga dos sistemas de saúde africanos são motivos de grande preocupação, antecipando que a resposta internacional coordenada e o suporte aos países afetados serão cruciais para controlar a propagação do vírus e minimizar o impacto global.
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