A subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT NOVA), Filomena Martins Pereira, esteve em setembro no programa “Causa e Efeito” da RTP África para assinalar a notícia de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em agosto a poliomielite oficialmente erradicada do continente africano.
“É tão importante a erradicação da polio como de algumas outras doenças que sejam passíveis de erradicar, quando erradicamos uma doença através de uma vacina é um marco histórico, porque há um grande número de pessoas que deixa de ter uma grande morbilidade ou de morrer com aquela doença”, explicou numa entrevista à RTP África
“Quando atingirmos a erradicação da doença no mundo inteiro as crianças deixam de morrer com polio e de ter paralisia”, acrescentou.
A poliomielite, causada pelo “poliovírus selvagem” (WPV), é uma doença infeciosa aguda e contagiosa que afeta principalmente as crianças, ataca a medula espinal e pode causar paralisia irreversível.
Trata-se de uma doença que era endémica em todo o mundo, até à descoberta de uma vacina nos anos de 1950. Apesar dos países mais ricos terem tido acesso rápido à vacina, em Ásia e África continuaram a existir focos infeciosos durante muito tempo. Neste momento só existem dois países que estão sinalizados pelo aparecimento de novos casos: o Afeganistão e o Paquistão.
Filomena Martins Pereira referiu ainda que existe atualmente uma “campanha mundial contra a vacinação” e que a única forma de contornar esta tendência é dizendo a verdade e explicando às pessoas as vantagens de tomar vacinas.
Segundo a OMS, mais de 1,8 milhões de crianças foram salvas desta doença. Apenas há uma década, a poliomielite paralisava 75 mil crianças por ano.
Veja a entrevista completa de Filomena Martins Pereira no programa Causa e Efeito, da RTP África.