O artigo de opinião da Prof.ª Doutora Cláudia Conceição saiu na edição do dia 19 de agosto, em formato papel, podendo também ser visto em formato online (acessível aqui), exclusivo para assinantes do jornal Público.
Num artigo de opinião lançado no jornal Público, no dia 19 de agosto de 2024, a Prof.ª Doutora Cláudia Conceição expôs a importância dos cuidados de saúde antes de serem feitas viagens, especialmente para destinos onde as condições ambientais, sanitárias e climáticas são diferentes daquilo a que se está habituado. Segundo a professora do IHMT, as rápidas mudanças de ambiente social, cultural, geográfico e climático a que os viajantes se sujeitam pode representar riscos inesperados para a saúde. Estes riscos são amplificados em locais com fracas infraestruturas de saneamento básico, com acesso limitado a água potável e com a presença de doenças parasitárias e infeciosas.
“A nossa saúde é influenciada por inúmeros fatores, desde fatores genéticos até às condições climáticas, com os determinantes sociais a desempenhar um papel fundamental para alcançar a saúde ideal. A capacidade de procurar e compreender informação, assim como estruturas nacionais que antecipem, previnam e resolvam problemas, são fundamentais.“
Com isto em consideração, a Prof.ª Doutora Cláudia Conceição dá destaque à consulta do viajante como uma ferramenta essencial para qualquer viajante que deve ser planeada um a dois meses de antecedência. Durante a consulta, a professora explica, médicos especializados em medicina de viagens avaliam o estado de saúde, considerando diversos fatores como doenças preexistentes, medicações crónicas, alergias e histórico de vacinação. Além disso, são analisados detalhes específicos da viagem, como o destino, o itinerário, os meios de transportes utilizados e as atividades previstas. Este atendimento personalizado permite que o viajante receba orientações adequadas para evitar complicações de saúde durante a viagem.
“Os médicos que fazem consulta do viajante no Instituto de Higiene e Medicina Tropical estão particularmente informados sobre as condições de saúde em diferentes destinos, assim como a situação das doenças, pelo que o seu aconselhamento é uma forma de prevenir problemas ou estar preparado no caso de estes acontecerem.“
A importância deste atendimento diferenciado é especialmente importante para grupos de risco, como grávidas, crianças, idosos e pessoas com doenças crónicas, cujas condições de saúde podem exigir precauções adicionais. Em determinados casos, a viagem pode ser totalmente desaconselhada se a saúde e o bem-estar não poderem ser assegurados.
Enquanto especialista em medicina do viajante, a Prof.ª Doutora Cláudia Conceição proferiu várias recomendações que costumam ser dadas para casos comuns. Para a proteção contra os mosquitos, estas recomendações incluem a utilização de roupas claras e a aplicação de repelentes (DEET, IR3535 ou Icaridina). Se necessário, nos casos identificados em consulta, é aconselhado a administração de vacinas contra doenças transmitidas por mosquitos e a profilaxia da malária. Por outro lado, é também ressaltada a importância de ter cuidados com a alimentação e com o consumo de água, devido à possibilidade de contaminação. Para restes casos, as medidas preventivas referidas pela professora do IHMT incluem dar preferência a água e bebidas engarrafadas e evitar o consumo de gelo e de alimentos crus ou malcozidos.