No Webinar “Impactos e desafios às dinâmicas na Diplomacia na Era COVID-19”, que decorreu no dia 19 de junho, promovido pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) e pela Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), diplomatas e peritos consideraram o papel da OMS fundamental em tempos de pandemia.
A OMS “não deve estar exposta à contenda e pressão política, ao jogo dos países, e sim reforçar-se para ser uma organização global que acautele a vertente de saúde e não só a económica”, afirmou o ex-ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes.
Também o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Francisco Ribeiro Telles, acredita que a OMS “será o que os Estados quiserem que seja, tal como a CPLP”, defendendo “um esforço para adequar métodos”.
Filomeno Fortes, diretor do IHMT, vê no momento atual uma oportunidade de “reflexão” e de “trabalho conjunto”. “É o momento de os políticos começarem a acreditar mais nos cientistas e a trabalharem mais com os cientistas. Tem havido um subaproveitamento dos nossos cientistas “, considerou.
A embaixadora de Portugal no Egito, Manuela Franco, considera que “as organizações são o espelho dos seus membros, reconhecendo a extrema dificuldade dos países em estarem preparados para uma situação como a que se vive. A responsável sublinhou ainda o papel “nem sempre pacífico, mas importante nesta crise, da OMS”.
O presidente da APAH, Alexandre Lourenço, chamou a atenção para “dimensão” da área a que atende a OMS. Os refugiados, o Ébola e tantas outras emergências demonstram a gigantesca esfera de atuação da OMS, apontou.
“A luta pelo multilateralismo não é de hoje. É antiga. Tem tido é várias frentes e agora é a saúde e a OMS que estão na berlinda, mas no passado outras organizações em outras áreas também estiveram”, recordou, por seu lado, o presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua.
Para Luís Faro Ramos, “a única coisa que é estrutural é o cinismo e o cinismo não vai acabar”.
Para o diplomata, é preciso ser realista e ambicioso e olhar para as “várias ilhas de possibilidades de colaboração multilateral”, como a União europeia e a CPLP.
A RTP, o Porto Canal, a TV Saúde Mais, o jornal Destak, entre outros, publicaram a notícia da agência Lusa sobre esta sessão online intitulada “Covid-19: Peritos portugueses escrutinam papel da OMS e vêem oportunidade na crise”.