No dia 31 de janeiro o auditório Maria Odette Santos-Ferreira, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), foi palco do simpósio dedicado à Investigação em Tuberculose e Micobactérias Não Tuberculosas em Portugal. Diana Machado, investigadora da Unidade de Microbiologia Clínica do IHMT, foi uma das palestrantes do evento que discutiu “os aspetos mais atuais na área das micobactérias”.
O programa científico do evento, cuja organização esteve a cargo de Elsa Anes, Madalena Pimentel e Isabel Portugal, professoras e Investigadoras na FFUL e no Instituto do Medicamento da Universidade de Lisboa (iMed.ULisboa), contou com a participação de um painel de oradores de reconhecido mérito a nível nacional para debater os temas mais relevantes no campo da infeção por micobactérias, nomeadamente os aspetos da clínica e de saúde pública, a epidemiologia molecular, evolução e genómica do Mycobacterium tuberculosis, assim como a interação micobactérias-hospedeiro, os novos alvos terapêuticos e ainda o diagnóstico e novas abordagens terapêuticas.
No âmbito das novas abordagens terapêuticas, a palestra da investigadora do IHMT teve como objetivo “apresentar um dos trabalhos que está a ser desenvolvido no âmbito de um projeto financiado pela FCT e visa identificar e caracterizar moléculas que têm como alvo as vias de produção de energia em M. tuberculosis”.
Como explicou a palestrante, “destacamos o desenvolvimento de compostos inibidores de efluxo lipofílicos, nomeadamente o mecanismo de ação do composto designado UPAR-174, que tem como alvo o metabolismo energético de M. tuberculosis, apresenta atividade antimicobacteriana e é simultaneamente um potente inibidor de efluxo”, ou seja, evita que o composto seja expelido do interior da micobactéria, exercendo assim a sua atividade antimicrobiana. “Esgotar o fornecimento de energia à bactéria é uma estratégia eficaz para a combater e evitar o efluxo dos fármacos, uma das principais causas de resistência adquirida em tuberculose”, acrescentou.
De acordo com a especialista, eventos desta natureza permitem dar a conhecer tanto a outros investigadores como à população em geral, o trabalho e investimento que está a ser feito na investigação e desenvolvimento científico em Portugal. “No nosso caso em particular, permitiu dar a conhecer o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido no nosso Instituto no que respeita a identificação e caracterização de fármacos para o tratamento da tuberculose”.
Por fim, destacou a forte presença de estudantes no Simpósio, o que considera ser “muito bom”, uma vez que “a grande maioria são alunos de 1ºciclo que futuramente terão de escolher a área que querem seguir e estes eventos, no geral, podem ter um papel relevante nesse aspecto”, concluiu a investigadora Diana Machado.