Schistosomose
Doença da pobreza que infeta cerca de 240 milhões de pessoas no mundo, especialmente mulheres e crianças em áreas tropicais e subtropicais com condições sanitárias insuficientes. A infeção pode ser adquirida aquando do contacto com cursos de água doce infestada com formas larvais do parasita Schistosoma. Os vermes podem alojar-se no trato urinário e nos intestinos, podendo conduzir ao desenvolvimento de cancro na bexiga no primeiro caso.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO IHMT:
Diversidade genética de Schistosoma sp em amostras de Angola
Marcadores de fármaco-resistência ao Praziquantel em modelo animal
Schistosoma haematobium e neoplasia urogenital
Caracterização molecular de hospedeiros intermediários de Schistosoma sp
Filaríase linfática
Também conhecida por elefantíase, é uma doença parasitária dolorosa e desfiguradora. A infeção pode ser adquirida durante a infância, mas as suas manifestações visíveis acontecem mais tarde na vida, podendo causar deficiências temporárias ou permanentes. É causada pelos vermes Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, que podem invadir o sistema linfático, incluindo os gânglios linfáticos.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO IHMT:
Mapeamento de filariose linfática em regiões de Angola
Diversidade genética de Wuchereria bancrofti em amostras de Angola e Moçambique
Marcadores de fármaco-resistência ao Albendazole
Marcadores de resistência/suscetibilidade humana a W. bancrofti
Leishmaniose
Infeção causada pelo parasita Leishmania (existente em mais de 20 espécies diferentes), transmitido aos humanos através da picada de um flebótomo fêmea, um inseto de pequena dimensão, inferior à dos mosquitos. A maioria das manifestações de doença ocorre de forma visceral ou cutânea, sendo a última a mais frequente a nível mundial.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO IHMT:
Novas espécies e estirpes híbridos de Leishmania, risco de introdução em novas regiões geográficas e implicações na patogenia da infeção
Estudos epidemiológicos, diversidade genética de parasitas, papel dos reservatórios e hospedeiros vertebrados e invertebrados
Identificação de marcadores e moléculas da doença, infeção, suscetibilidade e resistência para o controlo da Leishmaniose canina
Suscetibilidade parasitária de novos compostos anti-tripanosomatídeos
Doença de Chagas
A Doença de Chagas ou tripanossomíase humana americana é causada pelo Tripanosoma cruzi, um protozoário que pode ser transmitido aos humanos através do inseto vetor triatomíneo, existente apenas na América latina. Além desta via de transmissão, considerada a principal em países endémicos, há ainda a considerar a transmissão por transfusão sanguínea ou transplante de órgãos, a via transplacentária ou através da ingestão de alimentos contaminados.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO IHMT:
Diagnóstico laboratorial/confirmação em doentes com clínica e/ou epidemiologia compatíveis, observados em hospitais portugueses
Monitorização de casos diagnosticados em residentes na área de Lisboa, como estratégia de prevenção da transmissão de T. cruzi por transfusão de sangue
Estudo piloto: prevalência da doença em grávidas latino-americanas em Portugal
Projeto colaborativo “Benznidazol and Triazol REsearch group for Nanomedicine and Innovation on Chagas diseasE – BERENICE”
Doença do sono
A tripanossomíase africana ou doença do sono é provocada por parasitas do género Trypanossoma que são transmitidos pela picada da mosca tsé-tsé. A doença atinge cerca de 30 mil pessoas por ano em África, em particular populações rurais.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO IHMT:
Epidemiologia Molecular da Doença do Sono
Desenvolvimento de biomarcadores para o diagnóstico da Doença do Sono
Estudos de novos fármacos e novas combinações terapêuticas
Monitorização de ensaios clínicos de novos fármacos em África
Estudo de anticorpos monoclonais na identificação de alvos terapêuticos
Desenvolvimento de vacinas para a Tripanossomose Africana
Dengue
A febre da Dengue transmite-se pela picada de um mosquito Aedes, infetado com um dos quatro serotipos do vírus. É uma doença febril que pode atingir crianças e adultos, com os sintomas a aparecerem três a 14 dias após a picada, podendo variar de febre ligeira a muito elevada e incapacitante; dor de cabeça intensa; dor localizada atrás dos olhos; dores musculares intensas; alterações cutâneas avermelhadas. Não se transmite entre pessoas.
LINHAS DE INVESTIGAÇÃO NO IHMT:
Virologia
Isolamento de vírus em culturas celulares e sua caracterização molecular
Deteção e caracterização do vírus nas formas adulta e imatura do seu vetor
Confirmação do diagnóstico laboratorial através da sequenciação/análise filogenética de secções do genoma viral
Entomologia
Vigilância entomológica dos mosquitos vetores
Caracterização da bioecologia dos mosquitos vetores em diferentes contextos epidemiológicos
Caracterização do perfil (fenotípico e genético) da resistência aos inseticidas das populações vetoras; estratégias inovadoras de proteção individual e controlo vetorial (compostos inseticidas, metodologias para avaliar programas de educação para a saúde,vestuário protetor e métodos alternativos para aplicação de inseticidas e biocidas).