O Prof. Doutor Ricardo Parreira (da UEI de Microbiologia Médica) e a Doutora Sofia Seabra (UEI de Saúde Pública Global), do IHMT NOVA, participaram num estudo recentemente publicado na revista Microorganisms, que analisou a dispersão e caracterização genética de uma estirpe do vírus do Nilo Ocidental (WNV) em Portugal.
O trabalho foi liderado pela Doutora Sílvia Santos-Barros, do INIAV – Laboratório Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e teve como primeiro autor Diogo Maroco, um dos estudantes do Mestrado em Microbiologia Médica da NOVA.
A investigação analisou uma estirpe da linhagem 1a do WNV, isolada a partir de uma ave selvagem – Astur gentilis – recolhida em Portugal continental em setembro de 2024. Os resultados sugerem que esta estirpe teve origem em África e chegou a Portugal através da costa espanhola de Cádis, confirmando padrões de dispersão do vírus previamente descritos entre África e a Europa Ocidental.
O vírus do Nilo Ocidental foi detetado pela primeira vez em humanos em Portugal em 2004, quando dois ornitólogos irlandeses foram infetados durante uma viagem ao Algarve. Desde então, a maioria dos registos da circulação do WNV no país resulta da deteção de imunoglobulinas M em cavalos, sem que o vírus seja isolado, dificultando a sua caracterização. No entanto, através de uma colaboração entre as Unidades de Microbiologia e Parasitologia Médicas do IHMT, foram obtidos vários isolados do vírus a partir de mosquitos, permitindo um estudo mais detalhado.
Este novo estudo contribui para uma compreensão mais profunda da circulação do WNV entre África e a Europa Ocidental, fornecendo um conjunto de dados atualizado para investigações futuras sobre a dispersão das estirpes da linhagem 1a e reforçando a importância das estratégias de vigilância epidemiológica.
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