Data: c. 1950 -1955
Dimensões: Maior O/ 5,2cm
Inventário Museu: IHMT.0000150
Maboque, em língua quimbundo (Angola), é um fruto das regiões tropicais de África, ainda pouco divulgado fora do seus habitat original.
É também conhecido noutras regiões como massala, maciela, amahlala (Moçambique, Brasil, zulu), laranja de elefante, maçã macaco e outros, existindo diversas sub-espécies
A planta, Strychnos spinosa, é uma árvore que pode atingir os 7 a 9 metros de altura. Tem folhas caducas e no seu ecossistema natural floresce entre Novembro e Fevereiro. Os frutos esféricos e verdes, que pendem nos extremos dos ramos, amadurecem de Setembro a Novembro, quando adquirem uma cor amarela – ocre. O fruto pode atingir os 500 a 700 gr de peso, tem uma casca lenhosa que envolve o interior preenchido por uma polpa densa e gelatinosa, com muitas sementes castanhas, achatadas.
A polpa é comestível, com sabor ligeiramente ácido. Rica em proteínas, fósforo, magnésio, potássio e com vitaminas B e C, é uma fonte alimentar das populações indígenas, constituindo importante recurso sobretudo em épocas de escassez alimentar. Algumas populações preparam-na cozinhada em papas, numa mistura com cereais. Utiliza-se também para sumos e xaropes e, por fermentação, produz uma bebida alcoólica.
As medicinas tradicionais usam a decocção das folhas do maboqueiro como bebida analgésica. A polpa ingerida em excesso pode ter consequências purgativas.
As sementes, com propriedades eméticas e de alucinogénio, são tóxicas pelo conteúdo em estricnina, um alcaloide venenoso.
A casca do fruto seco é utilizada para fazer diversos instrumentos musicais idiófonos: as dimbas (em quimbundo), ou marimbas ou balafons (Guiné); as maracas ou gochas (Moçambique); os masseves, que se enrolam no tornozelo.
Com pinturas, as bolas de maboque são também usadas em decoração.
A coleção de Nutrição do IHMT possui 7 exemplares de maboques secos, tendo o maior um diâmetro de 5,2cm.