A Ciência Viva voltou a prestar homenagem às mulheres cientistas portuguesas, que representam 50% do total de investigadores no nosso país e cujo trabalho notável tem sido fundamental para o progresso que a Ciência e a Tecnologia nacionais registaram nas últimas décadas. A diretora da Unidade de Saúde Pública e Bioestatística Ana Abecasis, e a professora de Saúde Pública e Epidemiologia, Inês Fronteira, foram duas das mulheres do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, da Universidade Nova de Lisboa (IHMT-NOVA), escolhidas para figurar entre as cientistas homenageadas.
“Ao longo da minha carreira académica, tenho trabalhado sobretudo na área da evolução viral. Comecei por estudar o VIH, o melhor modelo para o estudar. Usando métodos de bioinformática, e analisando o genoma de vírus de evolução rápida, conseguimos reconstruir a sua história de transmissão e disseminação e compreender a forma como estes se adaptam ao ser humano e a todos os tipos de pressão seletiva a que são sujeitos. Estes vírus são frequentemente responsáveis por doenças infeciosas emergentes e, ao estudá-los, contribuímos para melhor prevenir a sua disseminação”, explicou Ana Abecasis.
Já Inês Fronteira confessou que a área da saúde pública a cativou desde cedo, em especial por causa do trabalho multidisciplinar. “A epidemiologia interessou-me mais tarde. Estudar a doença e os seus determinantes, perceber a melhor forma de o fazer, evitando erros e vieses e tentando fornecer a melhor evidência científica para apoiar a decisão em saúde, tornou-se, rapidamente, o meu maior desiderato profissional. Hoje alio a epidemiologia ao estudo das políticas de saúde, contribuindo, desta forma, para a sustentabilidade dos sistemas de saúde”, sublinhou.
A 3ª edição do livro Mulheres na Ciência, lançada no passado dia 8 de março, reúne 101 novos retratos e testemunhos de investigadoras de diferentes gerações e áreas do conhecimento, captados pelas objetivas dos fotógrafos Clara Azevedo, José Carlos Carvalho, Luís Filipe Catarino e Rita Carmo.
“São mulheres independentes, que escolheram caminhos de conhecimento. Não podemos esquecer o ano de edição deste livro – em plena pandemia, nesta altura em que o conhecimento não tem fronteiras e, mais do que nunca, está ao serviço do bem comum. Numa altura em que da ciência se espera tudo, seja na saúde, na estatística, nos modelos matemáticos, na arte, na música…tudo se conjuga para atingir o melhor resultado”, considerou Rosália Vargas, presidente da Ciência Viva.
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