O ensino da saúde tropical focalizou-se tradicionalmente no conhecimento clínico-patológico das doenças dos trópicos, com um suporte de meios de diagnóstico muito básicos (microscopia, microbiologia, hematologia e bioquímica), tratamento médico-medicamentoso limitado e medidas preventivas, no quadro designativo de medicina tropical. Atualmente, a abordagem da “saúde tropical”, agrega ao conceito da medicina tropical as ciências biomédicas e a saúde pública, na visão global de uma só saúde. Os atuais desafios no ensino e na investigação, conjugam de forma transversal os objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), as determinantes sociais, climáticas e ambientais de saúde e a biotecnologia, de forma individual e comunitária.
Com a evolução da biologia celular e molecular, da epidemiologia, da bioestatística, da bioinformática, da telemedicina, da “data science”, das tecnologias de “point of care”, das ciências da vida, e inteligência artificial, fica reforçada a importância da investigação e da inovação no processo de ensino-aprendizagem da saúde tropical. Por outro lado, muitas das denominadas “doenças tropicais”, notificadas como doenças infeciosas/transmissíveis “agudas”, evoluem para situações crónicas incapacitantes (oncocercose-cegueira dos rios), e até cancerígenas (schistosomose-cancro da bexiga), com paradigmas patológicos especiais que exigem mais conhecimento e aptidão na sua gestão.
A situação em curso de expansão geo-demográfica das apelidadas doenças tropicais, sobretudo as transmitidas por vetores, com o risco de surtos epidémicos, ou mesmo de alteração dos perfis epidemiológicos regionais, exigem maior atenção formativa nos domínios da vigilância epidemiológica e entomológica, em áreas consideradas “livres” destas patologias, sendo igualmente importante considerar a generalização da prática do exercício especializado da consulta do viajante. Os pilares estratégicos do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da Universidade NOVA de Lisboa, permitem encarar estes desafios, numa conjugação do ensino e a investigação com a cooperação, internacionalização, multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade numa perspetiva inovadora.
O Futuro da NOVA, Segundo os seus Diretores e Diretoras
A Universidade NOVA de Lisboa está a celebrar o seu 50º aniversário e foi nesse âmbito que os diretores e diretoras das várias escolas e institutos da NOVA foram convidados a imaginar o futuro da universidade, nas suas três missões: Ensino, Investigação e Criação de Valor.
Aproveite e veja aqui os discursos dos restantes Diretores e Diretoras das Unidades Orgânicas da NOVA.