Data: c.1952
Dimensões: A. 8,50 cm, L.12 cm
Inventário Museu: IHMT. 0001038
Fotografia do arquivo do IHMT representando o verme da Guiné (Dracunculus medinensis, “pequeno dragão de Medina”), o nematode causador da Dracunculose, uma parasitose que infecta o homem.
A doença resulta da ingestão de água contaminada por pequenos Cyclops, pulgas da água com 1 a 2mm, infestados por larvas do parasita. O verme migra depois no tecido subcutâneo humano, atinge o estado adulto e acaba por provocar uma úlcera e emergir na pele, libertando milhares de larvas em estadio inicial que se deslocam na água e serão ingeridas pelas pulgas. A fêmea adulta do nematode, com 1 a 2 mm de espessura, pode atingir 80cm de comprimento (na fotografia com 49,5 cm), mas o verme macho é bastante mais pequeno – cerca de 3 cm.
A doença está descrita no Papiro de Ebers (c.1550 a.C.) e vermes calcificados foram encontrados em múmias egípcias. A designação de “verme da Guiné” aparece nos séculos XVI – XVII, quando os europeus o encontraram parasitando as populações da costa ocidental de África.
Estima-se que, em 1986, existiriam 3,5 milhões de humanos infetados pela Dracunculose, sobretudo na Ásia e África, com alguns casos esporádicos na América do Sul. Devido aos cuidados de higiene e prevenção, sobretudo na ingestão de água potável (ou filtrada), a infestação humana diminuiu significativamente em mais de 90%. Em 2013 foram assinalados apenas 148 casos e só umas dezenas de notificações foram reportadas em 2017, no Sudão do Sul, Etiópia, Mali e Chade.
Sendo considerada uma das doenças tropicais negligenciadas, é expectável que a dracunculose venha a ser a primeira doença parasitária a ser totalmente erradicada. Porém, o aparecimento de verme similar parasitando cães e gatos desencadeou novos estudos e investigações recentes.