Data: 1ªs décadas de 1900
Dimensões: A 21cm x L 16cm
Museu (N.º Inventário): IHMT.0000765
O IHMT (Escola ou Instituto de Medicina Tropical) tinha necessariamente frequentes trocas postais com os espaços de além-mar. Não é por isso de estranhar a existência no seu espólio de uma balança pesa-cartas ou balança postal, permitindo aos serviços de secretaria determinarem a franquia das correspondências que enviavam.
Os primeiros “sistemas postais” estabeleciam o preço a pagar pela correspondência de acordo com o número de páginas e a distância entre o envio e a recepção. Posteriormente os cálculos foram feitos consoante o peso e a distância, um modelo que se generalizou com a introdução do “Postal Act” inglês, por Rowland Hill, em 1840, antecedido por outras medidas, desde 1837. Ao mesmo tempo eram introduzidos os primeiros selos postais, passando o porte postal a ser pago pelo remetente e não pelo destinatário. Em Portugal, com o governo do Duque de Saldanha, o decreto de 27 de outubro de 1852 instituiu o selo postal que apareceu em 1 de julho de 1853, com a efígie da rainha D. Maria II, um cunho de Borja Freire. O correio aéreo, mais rápido, mas também mais dispendioso, obrigou à utilização de um papel mais fino e leve e os primeiros selos portugueses de correio aéreo datam de 1936, com desenho de Almada Negreiros, representando um hélice. Um século e meio depois da reforma de Rowland Hill o correio electrónico, “e-mail” (c.1993), quase instantâneo e sem suporte em papel, mas efémero, revolucionou todo o processo da troca de correspondência.
As primeiras balanças postais, mecânicas, datam de 1839, substituídas cerca de 1970 pelas digitais, de pesagem eletrónica.
A “peça do mês”, data das primeiras décadas do século XX. É uma balança produzida por Philipp Jakob Maul, de Hamburgo, estabelecido desde 1874. Durante a Guerra a fábrica foi bombardeada em 1943, mas retomou a atividade em 1948 e sobreviveu até 1989. Esta balança, de bronze e latão, é um modelo de báscula, prato redondo com superfície cilíndrica intermédia côncava, com pêndulo e braços articulados, de leitura direta num quadrante com escala de pesagens até 250gr, por subdivisões de 5gr. Um parafuso (em falta) no extremo do pé mais longo permitia nivelar e aferir a balança. Embora muito corroída ainda se reconhecem pinturas decorativas a preto e sépia na haste de suporte vertical, bem como o logotipo M gravado no braço vertical do quadrante, que permite determinar a sua proveniência. Antecedendo as inscrições da escala de pesagem um logotipo e a inscrição “concav” identificam também o modelo.