O Diretor do IHMT-NOVA, Filomeno Fortes, alertou, em declarações à agência de notícias Lusa, para o “grande risco” de aumento de mortes por doenças não Covid-19 em África potenciado pela concentração de esforços no combate à pandemia.
“Temos o impacto direto da pandemia neste momento e vamos ter um impacto indireto a médio e longo prazo com grandes repercussões” na mortalidade associada a várias outras doenças, afirmou Filomeno Fortes, no dia 21 de maio.
Em causa, estão, segundo o médico angolano, as designadas “doenças não-covid-19”, que incluem doenças transmissíveis endémicas (malária HIV/Sida e Tuberculose), doenças tropicais negligenciadas e transmitidas por mosquitos (dengue, chicungunya, febre-amarela e zika) e doenças crónicas não transmissíveis (hipertensão, diabetes e cancros do colo do útero, mama e próstata). Leia a notícia completa aqui.
O diretor do IHMT NOVA adiantou também que os países africanos lusófonos vão avançar com estudos simultâneos sobre o novo coronavírus para perceber a sua carga viral e fazer o sequenciamento, sublinhando a importância de perceber se o vírus que está a circular em África e, nomeadamente nos países lusófonos, é o mesmo que está a circular em outros continentes, qual a intensidade da sua carga viral e a resposta aos tratamentos. Continue a ler aqui.
Filomeno Fortes fez ainda um apelo aos governos dos países africanos lusófonos para que exista mais envolvimento das universidades no combate à pandemia de covid-19 e acesso aos dados sobre a doença.
“Há necessidade de um maior envolvimento da academia dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). O apelo seria que os políticos procurassem trabalhar mais estritamente com a academia, que é fundamental nesta fase para evitar ‘fake news’ e identificar as boas práticas”, disse Filomeno Fortes, à agência Lusa. Leia esta entrevista aqui.
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