A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a Mpox (anteriormente denominada de Monkeypox, ou varíola dos macacos) como emergência de saúde pública, no seguimento da rápida propagação de uma nova variante da mpox (clade 1b) na República Democrática do Congo (RDC) e nos países africanos vizinhos.
Esta medida visa limitar a propagação desta variante do vírus que provoca sintomatologia mais grave do que a anterior, aumentando a sensibilização para a doença e o reforço as medidas de resposta.
O Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) da Universidade Nova de Lisboa está a acompanhar de perto o desenvolvimento da doença e a possível propagação na Europa, e especificamente em Portugal.
1. O que é a Mpox?
A Mpox, ou varíola dos macacos, é uma doença zoonótica, o que significa que se pode transmitir de animais para humanos, causada pelo vírus Monkeypox (VMPX). Pensa-se que o reservatório natural seja os roedores e várias espécies de mamíferos podem servir de hospedeiros intermediários. Esta doença também se transmite entre humanos.
2. Como se transmite a Mpox?
A transmissão do vírus Mpox entre humanos ocorre por contato com pele lesionada, mucosas (ocular, nasal, oral, genital, anal), ou por contato próximo, especialmente face-a-face sem proteção, e durante relações íntimas prolongadas, incluindo relações sexuais. Além disso, pode ocorrer através de objetos contaminados (roupas, utensílios) ou contato direto com lesões de pele, pus, crostas e fluidos corporais de uma pessoa infectada. Existe também algum potencial para transmissão através de droplets respiratórios, que está a ser estudada.
3. Quais são os principais sintomas da doença?
A infecção pelo vírus Mpox inicia-se de forma súbita que pode incluir vários sintomas como exantema, erupções cutâneas, lesões na pele ou mucosas, queixas anogenitais, febre, dores de cabeça, cansaço, dores musculares e gânglios linfáticos aumentados. As lesões evoluem de manchas planas (máculas) para pápulas, vesículas, pústulas e, por fim, úlceras e crostas que caem.
4. Como é que a Monkeypox é diagnosticada?
O diagnóstico da Mpox envolve uma avaliação clínica dos sintomas e histórico de contato com casos suspeitos. A confirmação laboratorial é feita através de amostras de exsudado de lesões, zaragatoa orofaríngea ou amostra de sangue.
5. Qual o tratamento mais adequado?
O tratamento da Mpox é geralmente de suporte, focado na hidratação e alívio de sintomas como dor e febre. Em casos mais graves, pode ser necessário internamento hospitalar, sempre dependendo da avaliação clínica individual. O antiviral Tecovirimat também está indicado e aprovado para o tratamento da doença.
6. Existe vacina contra a Mpox?
Existe uma vacina contra a varíola comum, com uma estirpe atenuada e não replicativa do vírus. No âmbito do surto em 2022, a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) autorizou o uso excecional em Portugal desta vacina também para a Monkeypox (varíola dos macacos).
7. Como prevenir a Mpox?
A prevenção da Mpox envolve evitar contato próximo com pessoas infetadas, lesões cutâneas e objetos pessoais contaminados, além de desinfetar as mãos e usar máscaras ao interagir com casos suspeitos.
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Dossiê criado a 16.08.2024, 17:11
Dossiê atualizado pela última vez a 23.08.2024, 12:18