A primeira ação de divulgação do projeto MosquitoWeb no âmbito da Academia de Saúde, que visa promover a literacia em Saúde no concelho de Cascais, decorreu a 23 de julho e contou com a presença de um grupo de cerca de 15 crianças e alguns adultos que ficaram a conhecer o projeto que incita os cidadãos a capturar mosquitos.
A coordenadora do MosquitoWeb, Teresa Novo, convidou todos a participar e ensinou como pode ser realizada a captura e envio de mosquitos pelo correio, ações que são essenciais para antecipar a chegada de espécies potencialmente perigosas a Portugal.
A professora e investigadora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) salientou a importância da colaboração da população e juntamente com Luís Filipe Lopes, investigador da Unidade de Ensino e Investigação (UEI) de Parasitologia Médica, acompanhou os visitantes que tiveram a oportunidade de observar mosquitos em várias fases de desenvolvimento.
O local do encontro foi a Associação Cultural e Recreativa dos Alentejanos Residentes em Tires “Estrelas do Guadiana”, localizada em Tires, na freguesia de São Domingos de Rana.
A iniciativa, com acesso gratuito, só foi possível devido à parceria estabelecida entre o IHMT e a Câmara Municipal de Cascais que dinamiza a Academia de Saúde.
O que é o Mosquito Web?
O MosquitoWeb é um projeto do IHMT NOVA. Portugal continental encontra-se na rota dos mosquitos invasores. Estas espécies, além de muito agressivas e incómodas, são transmissoras de doenças como a dengue ou a febre-amarela. Falamos particularmente de duas espécies de mosquito capazes de transmitir estas duas doenças: o mosquito tigre (Aedes albopictus) e o mosquito da febre-amarela (Aedes aegypti).
O primeiro tem, desde a década de 80 (quando chegou à Europa), colonizado país após país, estando assinalado na costa este de Espanha, desde 2004. O Aedes aegypti estabeleceu-se na ilha da Madeira em 2005 e, em menos de oito anos, foi o responsável pela propagação da primeira epidemia de dengue na Europa, desde 1927.
Portugal tem um programa de vigilância de vetores coordenado pela Direção-Geral da Saúde. No entanto, sabe-se que as populações desempenham um papel importante na identificação precoce da presença de espécies exóticas de mosquitos. Dez milhões de cidadãos ativos superam largamente a eficiência de todos os entomologistas de Portugal. Se encontrar um mosquito em casa, em qualquer outro local, ou detetar alterações na atividade destes insetos, capture-os e envie-nos.
A sua participação é fundamental!
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