Data: c. 1950 -1955
Dimensões: Frasco: A 13cm X O/ base 5,8cm
Inventário: Museu: IHMT.0000094
A purgueira (Jatropha curcas), também designada como mandubiguaçu em língua india-tupi, produz pequenos frutos ovoides de 2 a 3 cm, conhecidos por pinhão-manso ou pinhão-de-purga, que contêm uma semente elipsoide de 15 a 22mm, rica em óleos vegetais (cerca de 35%). A planta, um arbusto, pertence à família das Euphorbiaceae e é originária da América Central, mas foi amplamente difundida nos séculos XVII e XVIII, durante a colonização, estendendo-se hoje às regiões tropicais e subtropicais de África, Ásia e América.
O arbusto atinge entre 1 a 5 metros de altura e cresce fácil e rapidamente em solos áridos e pobres, não competindo assim com as culturas de interesse alimentar. Também não carece de renovações periódicas, mantendo uma produção regular durante mais de 30 anos, com aproximadamente 3 toneladas de sementes por hectare, o que lhe adiciona um especial interesse económico, enquanto oleaginosa.
Pela sua elevada toxicidade a purgueira não tem valor alimentar, contudo foi usada como planta medicinal de efeito purgativo e emético e, para alguns, embora controverso, pelos efeitos cicatrizantes do latex extraído dos caules ou como anti malárico quando administrado numa infusão das suas folhas.
O especial interesse da purgueira reside no óleo obtido por expressão das sementes, usado na indústria de sabões e velas e como óleo de iluminação. Atualmente exploram-se as suas potencialidades como uma importante fonte de biocombustível, o que lhe valeu o nome de “petróleo verde”.
O exemplar ilustrado, com frutos de purgueira provenientes de Cabo Verde, pertence à Coleção do Museu do IHMT.
O cultivo da planta em Cabo Verde foi muito incentivado e teve um especial relevo para a economia do arquipélago. Chegou a ocupar 16% da área cultivada e, desde o meio do século XIX, a sua exportação, sobretudo para Portugal e França (Marselha), constituíram o sustentáculo económico das ilhas, O óleo de purgueira era então a principal fonte utilizada na iluminação pública das ruas de Lisboa, como também para a fabricar sabão.
(JLD)